Afinal, lá no fundo tinha razão

Há já muito tempo que andava a tomar consciência disto e este ano cheguei à conclusão que é mesmo verdade. De ano para ano o Natal desilude-me cada vez mais.
Era uma época que adorava:
- As iluminações de rua então encantavam-me. Chegava a ir de propósito à baixa do Porto para passear toda agasalhada por causa do frio de rachar a olhar embasbacada para as iluminações.
- Todo o processo de pensar na prenda ideal para cada uma das pessoas queridas. Pensar na cara que iriam fazer quando recebessem a minha prenda nesse dia.
- Fazer a lista das compras para o jantar de Natal, bem como para o dia. Ajudar a mãe e o pai (excelente cozinheiro) a fazer as sobremesas.
- Juntar a familia à volta da mesa, a conversar, relaxados, a comer, enfim a parecer uma familia de verdade.

De ano para ano as coisas mudam. Os sentimentos mudam, a visão da realidade que nos rodeia também.
Mesmo com as crianças nada já é como antes.
Tomei uma resolução este ano depois das trocas de prendas quer em casa dos pais quer em casa dos sogros.
Para o ano não vou comprar nada para ninguem. Nada de nada.
Época de consumismo, de hipocrisia, de estupidez. Enfim...
E estou a pensar seriamente em relação aos miudos se vou dar alguma coisa ou não. Eu só os via deslumbrados com os presentes. Ainda nem sequer tinham aberto um embrulho já tinham outro em mãos. Para no final da noite pouco interesse passarem à maior parte das coisas que tinham recebido.
Enfim, muita desilusão mora aqui dentro nestes dias. Afinal concretizou-se aquilo que eu mais receava.
Para mim o Natal neste momento não me diz absolutamente nada!